quinta-feira, 27 de março de 2014

Médicos americanos testarão estado de animação suspensa em humanos

Animação Suspensa


Cirurgiões do UPMC Presbyterian Hospital em Pittsubrgh, nos Estados Unidos, foram autorizados para realizar testes que irão colocar humanos em estado de animação suspensa. Esse será o primeiro passo de uma técnica que poderá dar a médicos tempo suficiente para operar traumas ou ferimentos que seriam geralmente fatais.
A parte mais desafiadora do processo é remover o sangue do paciente, que é drenado do corpo e substituído por uma solução salina, que interrompe quase toda a atividade celular.
Trata-se de um procedimento simular à indução de hipotermia. Células expostas à baixas temperaturas precisam de menos oxigênio para realizar reações químicas. Dessa forma, um corpo resfriado pode ser mantido clinicamente vivo por períodos mais longos do que um corpo na temperatura normal, cerca de 37 graus Celsius.
Antes de testar o método de animação suspensa, os médicos do UPMC Presbyterian precisarão do paciente certo: alguém que esteja sofrendo uma parada cardíaca decorrente de ferimentos (como um tiro, por exemplo) e não responda às tentativas de reanimação.
Neste momento, a solução salina será bombeada para o coração e cérebro do paciente, e posteriormente, para o resto de seu corpo. No instante da operação, o paciente estará clinicamente morto, sem sangue, atividade cerebral ou respiração. Nesse estado metabólico, as células produzem energia em um nível muito lento, por meio de um processo chamado glicólise anaeróbica, permitindo que elas sobrevivam por algum tempo.
Por isso, os cirurgiões tem uma janela de quase duas horas para curar os ferimentos do paciente e substituir a solução salina por sangue. Se tudo correr bem, o coração deve começar a bater sozinho. Alguns pacientes precisarão ser reanimados por um desfibrilador.
A terapia por animação suspensa foi testada em porcos e alguns deles sobreviveram sem sequelas. Mas o uso do estado de animação suspensa em humanos ainda é controverso, já que nem o paciente nem a família poderão consentir com o procedimento, por ele acontecer no pronto-socorro de um hospital, em casos de extrema emergência.
Entretanto, o Governo dos Estados Unidos permitiu os testes, já que eles seriam a última chance de um paciente que não sobreviveria sem ele. Os testes serão realizados em dez pacientes e depois comparados com outros dez pacientes que não foram tratados com o procedimento.
Fonte: Info

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